Fernando Stocco é médico e formado em clínica médica pela USP. Foi assistente do Hospital Universitário, membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês e manja MUITO de medicina.
Nesse episódio ele atende (como sempre, sem saber previamente) um caso de pneumonia. Ele conta como decide se interna ou não, quais medicações ele costuma prescrever e como ele faz o atendimento. Se liga nos highlights:
Highlights
Abordagem da dispneia pelo Stocco
Diferenciar entre pulmão e coração! Pesquisar:
- Presença de ortopneia, DPN
- Sintomas de via aérea superior
- Febre
- Presença de expectoração
- Sibilância
- Dor torácica
Antecedentes ajudam muito
- Perguntar sobre asma, IC, DPOC, etc.
Exame físico
Como, sempre, sempre começar pelos sinais vitais
Ausculta pulmonar – A ausculta da voz é pouco utilizada, mas pode ser útil em casos em que há suspeita de pneumonia! A qualidade da evidência é ruim, mas sugere que a ausculta da voz seja bastante poderosa no diagnóstico de pneumonia. Pode ser útil em locais com recursos escassos. Presença de estertores assimétricos ou localizados podem sugerir pneumonia.
Em pacientes com dispneia, pesquisar sinais de congestão pulmonar e sistêmica (estertores bilaterais, edema de MIs, turgência jugular, etc).
Sibilância pode levar a pensar tanto em broncoespasmo como bronquiolite viral. Ausculta respiratória em expiração forçada pode sensibilizar a ausculta e evidenciar sibilos (desmascara a obstrução ao fluxo aéreo!).
Exames complementares
Dispneia = Rx e ECG pra todo mundo
Radiografia de tórax = sempre PA e Perfil (a não ser que o paciente não tenha condições clínicas de ficar de pé)
Exames para pesquisa de disfunções orgânicas:
– Gastrointestinal: Bilirrubinas
– Hemodinâmica: Lactato
– Renal: Creatinina
– Hematológico: Plaquetas
– Obviamente, outros exames são solicitados, mas aqui exemplificamos como interpretar no contexto de sepse possível!
* Na maioria das vezes a gasometria pode ser venosa! A arterial é dolorosa para o paciente e não necessariamente vai trazer mais informações úteis.
Escolhendo o antibiótico para a nossa paciente
Dupla cobertura: B-lactâmico + Macrolídeo!
Sempre se perguntar: Há risco de germe multirresistente? Principalmente internação prévia e uso recente de ATB