Fritada: Hugo e a Cólica Renal

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Dr. Hugo Octaviano é urologista pelo Hospital Israelita Albert Einstein e plantonista cirúrgico no mesmo hospital. Além disso, é um graaaaaande amigo pessoal do nosso host e pessoa sensacional!

Ele vai te levar num passeio pelos cálculos ureterais, da chegada até a decisão de internar ou não, passando pela prescrição para casa! Confira os highlights abaixo!

  • Quadro clássico de cólica renal → Analgesia rapidamente

Diferencial da cólica renal

  • Dor em FIE, sempre lembrar em diverticulite e pielonefrite
  • Dor em FID, sempre lembrar de apendicite, colite, pielonefrite…
  • Dor abdominal mais alta, como hipocôndrios, é improvável se tratar de cólica renal
  • Informações que podem ajudar – Irradiação para região inguinal, genitália… Perguntar história familiar e… SEMPRE PERGUNTAR SE HOUVE FEBRE
  • Exame físico de cólica renal é frequentemente pouco útil
  • ESSENCIAL descartar que haja sinais de peritonismo por diagnósticos alternativos

Analgesia da cólica renal

  • AINEs são muito efetivos!
  • Opioides são frequentemente bem vindos!
  • Dipirona em associação!

Quais exames nosso especialista pediria?

  • Lembrar de ver exames antigos (ultrassom mostrando cálculos, colonoscopia mostrando divertículos, etc)
  • Hemograma, proteína C reativa, função renal e… Urina 1
  • Como usar a Urina 1
    • Hematúria – Aumenta a chance de ser cálculo. Ausência de hematúria fala contra litíase
    • Leucocitúria franca – Pensar em infecção. Lembrar que inflamação pelo cálculo pode fazer leucocitúria.

Qual exame de imagem nosso especialista pediria?

  • Suuuuuuper controverso!
  • Essa decisão varia com a idade de paciente, com história de cálculo, com recursos disponíveis, com seguimento ambulatorial disponível e suspeita de infecção
  • Nosso especialista defende TC protocolo litíase (TC de abdome de baixa dose)
  • Fazer o diagnóstico e “conhecer o cálculo” é essencial… Se recurso disponível, sempre fazer no PS.
  • Além disso, a TC de abdome ajuda nos diagnósticos diferenciais! Pode ver diverticulite, pielonefrite, etc…
  • USG pode resolver → Vantagem é não ter radiação e ser mais disponível. Ele vê muito bem hidronefrose, mas frequentemente não enxerga o fator obstrutivo.
  • A presença de hidronefrose pode ser obstrução aguda ou sequela de obstrução prévia
  • Rx de abdome não ajuda muito

Diagnostiquei o cálculo… E agora?

  • Terapia expulsiva (alfa-bloqueador como tansulosina)
    • Tem pouco efeito no ureter proximal
    • É mais útil em ureter distal
  • Pielonefrite obstrutiva
    • Infecção com obstrução parcial ou total no ureter
    • Antibiótico e drenagem do ureter!
    • Se paciente séptico, drenagem agora, de urgência
  • Quando liberar o paciente
    • Dor controlada
    • Sem sinais de infecção
    • Função renal normal

* visão de longo prazo – Avaliar risco de obstrução crônica e necessidade de intervir precocemente no cálculo

  • Estimar a chance de o cálculo ser expelido espontaneamente
    • Quanto maior, menor a chance
    • Quanto mais alto, menor a chance
    • Cálculos grandes e proximais têm baixa chance de passar espontaneamente
    • Existem tabelas com tamanho vs probabilidade de ser expelido… 7mm é um corte “geralzão e simplista” de cálculo grande
    • Obstrução crônica (ex: > 3 semanas) costuma levar a perda de função do rim
    • Cálculos grandes em geral têm que ser resolvidos pelo urologista – Em internação ou ambulatorial precoce
  • Cálculos pequenos provavelmente serão expelidos
    • Mas é importante que esse paciente tenha acompanhamento ambulatorial precoce!
    • À alta – Terapia expulsiva, analgesia e acompanhamento com urologista.
  • Quando chamar o urologista
    • Dor não controlada
    • Piora de função renal
    • Sinais de infecção
    • Se sinais de sepse → Ligar imediatamente para o uro (mesmo de madrugada!) para drenagem de urgência
  • Ligar também se cálculo com baixa chance de passagem espontânea (cálculo grande)
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